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Composto de maconha ajuda a retardar efeitos do Alzheimer

Cada vez mais estudos comprovam que os compostos da planta da maconha podem ajudar a salvar vidas.

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A maconha, como é popularmente conhecida, é a planta cujo nome científico é Cannabis sativa. Há registros históricos dessa planta desde 27.000 a.C., com origem no Afeganistão e na Índia para uso medicinal.

Seu valor na antiguidade ia muito além das propriedades medicinais, já que a planta também era usada por gregos e por romanos na fabricação de tecidos, de cordas, de papeis e de óleos, a partir do cânhamo, substância encontrada no caule da planta. O cânhamo é considerado a fibra mais resistente que existe, por isso era amplamente utilizado para fazer cordas e velas de navios.

Houve um tempo que em o uso da planta para todos esses fins se popularizou ainda mais, e no século 19 havia muitas pesquisas sobre seus efeitos medicinais. Incrivelmente, cigarros de maconha eram vendidos nas farmácias brasileiras.

No ano de 1830, porém, foi emitido o primeiro documento proibindo o uso da planta que já era cultivada em diversos estados brasileiros, principalmente para uso industrial. A razão é que ela começou a atrapalhar o mercado de outras matérias-primas que eram mais interessantes para os industriais e por isso o governo passou a divulgá-la como perigosa e como um hábito dos pobres.

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Agora, lentamente, a Cannabis sai da marginalidade para ganhar novamente os laboratórios de pesquisas que já afirmam a eficácia de um de seus compostos no tratamento de diversas doenças, entre elas, o Alzheimer.

Qual é esse composto?

O composto da maconha que tem sido estudado para o tratamento do Alzheimer é o tetrahidrocanabinol (THC). O que ele faz é remover do cérebro os aglomerados tóxicos da proteína beta amiloide, que estimula a progressão da doença. Esse estudo é uma extensão de outras que já apontavam os canabinoides como neuroprotetores contra doenças degenerativas.

Quais seus efeitos?

Um dos membros da equipe de pesquisa do Instituto Salk de Estudos Biológicos da Califórnia, David Schubert, disse que além do que as pesquisas anteriores já apontavam, outro efeito foi descoberto nesse estudo: os canabinoides são capazes de afetar não só as proteínas beta amiloides, que fazem a doença avançar, como também combater a inflamação nas células nervosas.

Embora ainda não haja uma causa definida para a doença de Alzheimer, acredita-se que ela resulte de um acúmulo de placas amiloides e de emaranhados neurofibrilares. As placas amiloides localizam-se entre os neurônios, formando proteínas pegajosas e aglomeradas. Os emaranhados neurofibrilares são proteínas defeituosas que se acumulam nos neurônios de forma insolúvel.

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No ano de 2006, pesquisadores do Scripps Research Institute concluíram que o THC é capaz de inibir a formação das placas amiloides desde a raiz, ou seja, bloqueando a enzima que as produz no cérebro. Agora, nessa pesquisa atual, o resultado foi que, além desse bloqueio, a substância também pode eliminar a inflamação que é perigosa para os nervos.

A partir da conclusão desses estudos, que foram feitos com neurônios de laboratório, a próxima etapa será com estudo clínicos. Outros testes já foram feitos, e resultados positivos foram conquistados com o uso do óleo de cânhamo para o tratamento de câncer e de Mal de Parkinson.

Maconha para efeitos medicinais

Além do efeito conhecido do THC, que é a substância psicoativa da maconha, junto com esse efeito e com o mencionado acima, ele também atua no alívio da dor. Por isso está sendo estudado para o tratamento de:

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  • HIV;
  • Derrame;
  • Estresse pós-traumático;
  • Dor crônica;
  • Quimioterapia;
  • Déficit de Atenção e Hiperatividade;
  • Autismo;
  • Esclerose Múltipla;
  • Mal de Parkinson;
  • Enxaqueca;
  • Epilepsia.

Há relatos de pessoas que fizeram uso do óleo de cânhamo após serem diagnosticadas com câncer terminal. As células cancerosas simplesmente morreram e deixaram de se reproduzir, devolvendo-lhes a saúde com as células saudáveis. Entretanto, essa alternativa não é reconhecida pelos órgãos oficiais e não deve substituir consultas e tratamento médicos.

Como é a autorização da maconha medicinal no Brasil

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, autorizou que um paciente com Alzheimer pudesse receber a prescrição de tratamento com o óleo de cânhamo, rico em canabidiol. A substância foi produzida no Brasil pela empresa HempsMeds, que fornecerá o remédio para tratamento da doença.

Esse é o primeiro tratamento não tóxico a ser testado em pacientes reais. Com resultados positivos, a ANVISA também começou a liberar a importação de outros tipos de suplementos à base de Cannabis para pacientes com epilepsia refratária, que provoca convulsões repetidas, além de Mal de Parkinson e de todas as doenças mencionadas anteriormente.

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Vale lembrar que apenas com prescrição médica é possível solicitar a substância para tratamento nos casos em que os tratamentos convencionais não têm surtido efeito. Além do Brasil, mais de 40 países já fazem uso da planta para tratar todas essas doenças. Confira no vídeo abaixo o efeito imediato que o óleo de cânhamo provoca em um paciente com Mal de Parkinson severo.

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