depressão na gravidez
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O que saber sobre depressão na gravidez

Em um momento tão exigente da vida da mulher, é preciso ter uma atenção maior na saúde mental

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A depressão na gravidez não é somente uma tristeza, não é porque a mãe não queria o bebê, nem por falta de oração ou qualquer coisa do tipo. Entenda melhor o que é, como evitar e tratar essa doença tão séria.

“Você deveria estar feliz”, “quantas mulheres tentam e não conseguem”, “ora que passa”, “valorize mais sua vida”, etc. Quantas dessas frases infelizes a gestante em depressão ainda tem que ouvir?

Depressão é uma doença e não uma tristeza momentânea. E a mamãe que sofre com esse mal muitas vezes não tem informação do que é, assim como os que vivem com ela.
Então a primeira coisa a fazer é identificar quis são os sinais, para depois buscar formas para resolver.

Sintomas de depressão na gravidez

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Ficar triste, preocupada, pensando no futuro de vez em quando, é normal – e até esperado. Então como saber o que é somente uma tristeza ou quando é algo mais sério? Conheça os sintomas da depressão na gravidez.

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1. Preocupada o tempo todo

Diversos pensamentos sobre o futuro, dinheiro, educação, relacionamento e muito mais, todos com cunho negativo, durante todo o dia. Muitas gestantes dizem pensar em tragédias, problemas e complicações na gravidez, doenças no feto e similares.

A mente parece não parar para descansar, sempre criando teorias complexas de coisas que podem vir a acontecer (ou não).

2. Nada é divertido

Sabe aquelas atividades que faziam tão bem? Ficaram sem graça, cansativas e nada interessantes. As piadas não fazem sentido, os filmes escolhidos passam longe da comédia, as músicas refletem o estado de espírito.

3. Sentimento de vazio

Parece que um buraco, vazio e pesado, está no seu peito, como se nada mais fizesse sentido. As coisas perdem a cor e os sons passam a incomodar, só aumentando esse sentimento de nada.

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4. Falta de concentração

Procrastinação, seja no trabalho ou até mesmo com as coisas do bebê, e falta de concentração são constantes nos dias de gestação. A mente insiste em não parar quieta, sempre saltando entre pensamentos e sentimentos.

5. Instabilidade emocional

Irritação, tristeza, lágrimas e muitas respirações profundas. Todos os sintomas de um estado emocional fragilizado.

Qualquer coisa pode ser o gatilho para o início de uma discussão ou para outra crise de choro, seja uma palavra, uma música ou até uma lembrança.

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6. Problemas com sono

Ou não consegue dormir direito ou não quer fazer outra coisa senão descansar. Problemas com sono são uma constante entre as gestantes, mas o caso é bastante agravado com a depressão na gravidez.

7. Fadiga o dia todo

A futura mamãe que já acorda exausta, passa o dia se arrastando e dorme muito mal, pode estar sofrendo com a depressão. Uma boa noite de sono é fundamental para ajudar nessa fase tão complicada.

8. Desesperança

Pessimismo, tudo vai dar errado, falta de ânimo e de esperança são sentimentos recorrentes nesses casos. O sentimento de perda de tempo também, como se nada mais valesse a pena.

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9. Sensação de que algo perigoso está prestes a acontecer

Vive em alerta constante, como se, a qualquer momento, alguma coisa terrível pudesse acontecer. O coração dispara, o corpo sua e a mente divaga entre todos os pensamentos pessimistas do dia.

10. Culpa e inutilidade

O sentimento de culpa constante, por não estar valorizando ou curtindo o momento, é muito grande. Além disso, a sensação de inutilidade toma conta por alguns momentos.

Causas

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Antigamente acreditava-se que eram somente os hormônios da gravidez que a provocavam, o que não está incorreto, somente incompleto.

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Já se sabe que o principal fator para o aparecimento desse problema é o estresse da gestação que pode aparecer a qualquer momento e que pode ter diversas causas:

  • Depressão prévia, seja na gestante ou familiares;
  • Crises de ansiedade;
  • Relacionamentos familiares conturbados;
  • Casamentos conturbados;
  • Perda de algum filho ou mesmo aborto;
  • Relacionamentos abusivos;
  • Gestação sem planejamento, surpresa;
  • Dificuldades na gestação.

Depressão na gravidez afeta o bebe?

Infelizmente, sim. Pesquisadores do Instituto de Psiquiatria e Neurociência do King’s College London, no Reino Unido descobriram que mães com depressão gestacional dão à luz a bebeês mais sensíveis ao estresse.

Os pesquisadores estudaram 106 mulheres grávidas a partir da 25ª semana de gestação. Desse total, 49 delas foram diagnosticadas com depressão e não tomaram medicamentos para tratar a doença. Através de amostras de saliva e de sangue, eles analisaram a produção de cortisol, o hormônio associado ao estresse.

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A partir do nascimento, os cientistas analisaram os bebês aos seis dias de vida, oito meses e 1 ano. Aqueles que nasceram de mães com depressão se mostraram mais hiperativos, chorosos e produziram cortisol em circunstâncias que as demais crianças reagiram com naturalidade.

Ainda assim, isso não é o fim do mundo para a mamãe que está sofrendo com a depressão. O foco é em ficar boa logo, por ela e pelo bebê. Por isso, é importantíssimo buscar tratamento.

Tratamento

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Assim que perceber os sintomas, é fundamental que se busque o apoio de um médico e psicológico, pois doença não se cura com chazinho, conversa ou oração.

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Além disso, a gestante deve:

  • Manter a prática de alguma atividade física, podendo ser dança, yoga, caminhada ou o que gostar de fazer;
  • Conversar muito, não somente com o psicólogo, mas com a família, amigos, ou seja, desabafar;
  • Procure viver um dia de cada vez, sem colocar expectativa demais no futuro;
  • Procure grupos de apoio de mães e mães com depressão;
  • Escolha os alimentos corretos, sempre com autorização do seu médico ou nutricionista.

Como evitar

Percebeu os primeiros sinais, mas a depressão na gravidez ainda não se instalou? Então coloque em prática essas formas de prevenção:

  • Não tente ser perfeita o tempo todo. Você vai se enganar em algum momento, não vai saber o que fazer e vai se cansar sim, respeite seus limites;
  • Seja parceira do papai, e tracem juntos as estratégias para cuidar do bebê;
  • Faça atividades físicas constantemente, liberando endorfina no corpo;
  • Reduza a quantidade de cobranças sobre você, seja de você mesma ou dos outros;
  • Divida as tarefas da preparação, para reduzir o estresse e a procrastinação;
  • Sabe aquela tia que sabe tudo? Deixe que ela fale e aquilo que não servir, apenas esqueça;

Se você conhece alguém que está enfrentando esse problema, então não hesite e tente ajudar! Não deixe a grávida sozinha por muito tempo, converse com ela tentando perceber seus medos e tristezas, fale de coisas positivas e incentive-a a criar hábitos saudáveis de forma a melhorar a disposição da futura mamãe.

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